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Guerras pelo Mundo

Netanyahu disse que líder palestino foi quem sugeriu o extermínio de Judeus a Hitler

Em 2015, Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, declarou que líder palestino teria sido o responsável pelo Holocausto

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 FRASE:

“Naquela altura, Hitler não queria exterminar os judeus, mas sim expulsá-los. Mas Haj Amin al-Husseini foi encontrar-se com ele e disse-lhe: ‘Se os expulsar, eles vão todos para a Palestina’. ‘E o que é que devo fazer?’, perguntou Hitler. [O mufti] ordenou: ‘Queime-os’”, Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, num discurso no 37.º Congresso Sionista em Jerusalém, 20.10.2015

Você vai ler agora um trecho do que saiu no portal de notícias português Público em outubro de 2015 sobre uma história recorrente em Israel que aborda os motivos que teriam levado ao Holocausto dos Judeus na Segunda Guerra Mundial, por parte dos Alemães. Por conta da diferença de grafia e expressões usadas em Portugal, fizemos poucas e pequenas adaptações ao linguajar brasileiro, não interferindo no contexto da história.

O contexto 

Historiadores e analistas defendem que Netanyahu citou o mufti de Jerusalém e a tese de que foi ele o grande inspirador do Holocausto, por motivos políticos, num momento de nova tensão entre israelitas e palestinos, com ataques e retaliações. Uma espiral de violência começou em Jerusalém Ocidental, em primeiro de novembro, quando o Governo de Tel-Aviv bloqueou o acesso de palestinos à Cidade Velha onde estão dois lugares sagrados do islã, o Pátio das Mesquitas e a Mesquita de Al-Aqsa.

Os fatos

A tese não é nova e circula em Israel desde a criação do Estado Judeu, em 1948Também não foi a primeira vez que Benjamim Netanyahu se referiu à aliança entre o mufti de Jerusalém, Haj Amin al-Husseini, que foi a mais alta autoridade religiosa e política da Palestina, e a Alemanha nazista. Porém, desta vez, o primeiro-ministro de Israel fez o que nunca fora feito — descreveu ao pormenor a conversa que Husseini e Hitler tiveram em Novembro de 1941, quando se encontraram na Alemanha.

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“Inimigo do meu inimigo meu amigo é”

Era no que o mufti acreditava e, por isso, procurou Hitler, na ânsia de se livrar de judeus e de britânicos, e de criar, na Palestina, livre dos indesejados e dos ocupantes, o desejado Estado.

Haj Amin al-Husseini era membro de uma das mais influentes famílias palestinas e chegou ao topo da hierarquia religiosa pelas mãos dos britânicos, que o nomearam Grande Mufti (um mufti é um intelectual a quem é reconhecida a superior capacidade de interpretar a lei islâmica) em 1921. Mas também era um político, um violento opositor ao protetorado britânico (Mandato Britânico na Palestina), a que queria pôr fim de qualquer maneira, assim como acabar com o risco de ser criado no território o Lar Nacional Judeu (o embrião de um futuro Estado).

Em 1937, perseguido pelos britânicos pelo seu papel na revolta árabe de 1936-1939, fugiu da Palestina, refugiando-se no Líbano (então protetorado francês), no Iraque, em Itália e finalmente na Alemanha. A sua cooperação com Hitler é inequívoca. Há documentos que provam que ajudou a recrutar muçulmanos bósnios para criar uma unidade regional das SS nas Balcãs. Tal como há provas em como foi a intervenção de Husseini que travou uma troca de judeus (quatro mil crianças e 500 adultos) por 20 mil prisioneiros alemães nas mãos dos britânicos na Palestina. O mufti não queria que judeus começassem a chegar em massa à Palestina.

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Sheri Oz, jornalista independente no The Times of Israel, num artigo em que explica os motivos de Netanyahu para dizer o que disse e em que sublinha que não está nem provado nem desmentido que o mufti disse aquilo a Hitler. Diz que Netanyahu cresceu ouvindo estas histórias e também a tese de que foi o mufti quem sugeriu a Hitler que queimasse os judeus. O pai, o historiador Benzion Netanyahu, explicava as suas teorias em casa. Em 2012, o jornalista David Bedein escreveu também no Times of Israel que foi aluno do pai Netanyahu e assistiu, nos Estados Unidos, a uma aula em que o historiador explicou a associação do mufti com Hitler, tendo mesmo afirmado que foi assinado um pacto de cooperação para o “assassínio dos judeus” — em troca, os nazis reconheciam um Estado palestino. Mas não há provas desse pacto.

Todavia, é consensual entre historiadores de várias correntes, ocidentais e judeus, que o mufti colaborou com o Hitler e que deveria ter-se sentado no banco dos réus em Nuremberg, onde foram julgados os crimes e os criminosos nazistas Em Nuremberg, ouviram-se gravações de discursos do mufti que passaram na rádio. Mas só ficou provado o envolvimento na criação das SS bósnias e o bloqueio à troca de prisioneiros. Nem o julgamento de Adolf Eichmann conseguiu provar mais nada. Foi à volta desta figura que foram sendo baseadas as teorias sobre a grande aliança Husseini-Hitler, com Netanyahu citando num dos seus livros o motorista de Eichmann, Dieter Wisliceny, que depois da guerra teria relatado conversas e teria conduzido o mufti ao campo de extermínio de Auschwitz, para uma visita guiado por Eichmann.

mufti, que fugiu da Alemanha para o Cairo, morreu em 1974 em Beirute, no Líbano. Ao longo da vida, continuou a inspirar a guerra pelo desaparecimento do Estado de Israel e pela criação do Estado Palestino – um dos seus familiares e protegidos, Yasser Arafat, iria dar continuidade a essa luta armada através da Organização de Libertação da Palestina (OLP).

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 FONTE/CRÉDITOS: http:///www.publico.pt

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