Além de ter pego o mundo do automobilismo de surpresa, a morte de Gil de Ferran foi marcada por uma triste coincidência. O piloto morreu nesta sexta-feira, 29 de dezembro de 2023, exatamente na data em que o Brasil lamentava um ano do falecimento do Rei Pelé.
Não bastasse isso, também foi num 29 de dezembro, mas do ano de 2013, que Michael Schumacher sofreu o acidente de esqui, que o deixou em coma induzido por vários meses. O estado de saúde do heptacampeão mundial é um mistério até hoje.
500 milhas de Indianápolis
Gil de Ferran morreu na tarde desta sexta-feira, aos 56 anos, ao sofrer uma parada cardíaca enquanto dirigia na Flórida, nos EUA. Vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 2003, ele também conquistou a Fórmula 3 Inglesa e foi bicampeão da CART (atual IndyCar Series).
Ferran estava testando um carro no circuito privado The Concours Club, em Opa-Locka, na Flórida, nos EUA, quando se sentiu mal e parou na entrada dos boxes. Foi levado para o hospital, mas não resistiu. Ele deixou a esposa, Angela, e os filhos Anna e Luke.
Vida e carreira de Gil de Ferran
Gil de Ferran nasceu em Paris, mas se considerava brasileiro. Filho de Luc de Ferran, engenheiro da Ford que criou o Ecosport, Gil foi morar no Brasil aos quatro anos e levou o nome do país para o alto do pódio.
Como tantos outros pilotos, Gil iniciou a carreira no kart, onde conquistou títulos, como o Brasileiro de 87. Em 1995, foi tentar a vida nos EUA e fez sua estreia na Indy. Em sua primeira temporada, foi eleito o novato do ano e terminou o campeonato na 14ª posição. O primeiro título na Indy veio em 2000, na Penske Um ano depois, conquistou o bicampeonato.
Quase foi para Fórmula 1
Em 2002, migrou junto com a Penske para a Indy Racing League (IRL). Seu maior feito na competição veio em 2003, quando venceu as 500 milhas de Indianápolis. Ele terminou a temporada com o vice-campeonato e se despediu das pistas na etapa do Texas.
O ex-piloto, no entanto, não se afastou das pistas. Em 2005, tornou-se diretor esportivo da equipe British American Racing (BAR) na Fórmula 1. Além disso, foi chefe da Honda na Fórmula 1 entre 2005 e 2007.
Em 2008, retornou às pistas. Dono e piloto da Ferran Motorsports, ele disputou a American Les Mans Series até 2009, quando se aposentou mais uma vez. No ano seguinte, criou a De Ferran Dragon Racing para competir a IRL. A equipe, no entanto, encerrou suas atividades pouco depois por falta de patrocinadores.
Gil de Ferran e Fernando Alonso em Indianápolis em 2017
Desde 2017 estava na McLaren, onde começou como coach de Fernando Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis. Em julho de 2018, Gil de Ferran assumiu o recém-criado cargo de diretor esportivo na McLaren. Em agosto de 2019, passou a cuidar do projeto da McLaren na Fórmula Indy, deixando o cargo no início de 2021.
Atualmente, Gil de Ferran vinha atuando como consultor da McLaren na Fórmula 1 durante o processo de reestruturação da equipe.
FONTE: Ge.com