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Feminicídios caem e denúncias de violência domésticas aumentam no Piauí

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Feminicídios caem e denúncias de violência domésticas aumentam: Piauí melhora dados, mas o caminho é longo

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em julho desse ano, o Piauí registrou uma queda de 35% no número de feminicídios registrados em 2022 quando comparado com 2021. Ao mesmo tempo, os dados apontam para um aumento de 13% das chamadas policiais para casos de violência doméstico.

Apesar da diminuição dos casos de feminicídio no Piauí, sendo o estado que apresentou a maior redução percentual entre os estados do Nordeste, a violência doméstica ainda é marca presente no lar de milhares de piauienses. Segundo a Secretaria Estadual de Mulheres, as delegacias já receberam neste ano 5.918 denúncias de agressão contra as mulheres, que é um aumento de 13% se comparado com o mesmo período no ano passado. Violência doméstica (Foto: Reprodução)

A secretária estadual da mulher, Zenaide Lustosa, explica que o crescente número de ocorrências reflete as campanhas divulgadas pela rede estadual de mulheres.

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 “Hoje nós temos um número crescente de boletins de ocorrência e isso reflete também as campanhas que a gente divulga colocando os tipos de violência no sentido de se denunciar. Então por isso as mulheres estão se sentindo mais seguras para denunciar, porque as pesquisas colocam que muitas vezes as mulheres não denunciam porque tem medo de serem mortas. Então esse aumento do número de ocorrências reflete uma procura maior pelos serviços do estado”, afirma a secretária. 

RELEMBRE CASOS DENUNCIADOS

Nos últimos meses, o Piauí presenciou alguns casos de violência que por pouco não resultaram em uma fatalidade e que ganharam repercussão, fazendo com que o alerta para esse tipo de crime nunca deixe de soar. Como foi caso da esteticista Nathália Cantuárioque foi esfaqueada pelo ex-companheiro por não aceitar o fim do relacionamento e o de Vitória Soares, estudante de direito teve seu rosto gravemente ferido pelo então namorado.

“Quando ele arrombou a porta (que bateu no rosto da estudante), meu olho jorrava tanto sangue, que eu achava que iria ficar cega. Eu sai correndo pelo condomínio pedindo socorro, um vizinho meu estava entrando e eu me joguei no carro dele, implorando socorro. O Matheus pegou o carro dele e começou a bater no carro do meu vizinho e tentou atropelar os porteiros. Eu só quero ficar viva”, relata Vitória. 

Vitória Soares é agredida pela namorado após ele tentar invadir seu apartamento (Foto: Reprodução)

Outro caso foi o da enfermeiraKarlene Nobre, agredida pelo ex-namorado, Danilo Bello, servidor do Tribunal de Justiça do Piauí.

Em outubro desse ano, a Karlene registrou queixa contra seu ex-companheiro, a enfermeira relata que havia sido agredida por Danilo com socos e tapas por não aceitar que ela fosse embora de sua casa.

Danilo Belo é acusado de agredir a ex-namorada Karlene Nobre (Foto: Montagem / OitoMeia)

Casos como esses, apesar de toda sua gravidade e das marcas que deixam nos corpos e na alma das vítimas, ainda são menos pior do que os feminicídios registrados.

O episódio que ocorreu com Liana Linhares, de 28 anos, demonstra a brutalidade do crime. Liana foi assassinada  com 12 golpes de faca, na frente de sua filha de dez anos na zona Sul de Teresina. Segundo informações da polícia, a vítima foi encontrada com o cabelo cortado por faca, seminua e com a faca quebrada dentro de seu corpo.

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Um dia após esse caso, Sueli Sousa de 37 anos também foi assassinada a tiros dentro de casa pelo ex-namorado no município de Paulistana, no Piauí. Ela tinha dois filhos e estaria separada há cinco meses com o suspeito que não aceitava o fim do relacionamento.

Sueli Sousa foi assassinada a tiros dentro de casa pelo ex-namorado (Foto: Reprodução)

POLÍCIA CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Além dos tradicionais canais de denúncia da polícia, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí disponibiliza uma Central de Acolhimento exclusivamente para casos de violência contra a mulher. A campanha “Ei, mermã! Não se cale!” foi desenvolvida pela Coordenadoria de Estado de Políticas para as Mulheres-CEPM e recebe frequentes relatos de mulheres que sofrem violência doméstica.

Lançado no dia 8 de março desse ano (Dia da Mulher), a campanha é um protocolo de atendimento emergencial para mulheres em situação de violência. Bares e restaurantes também estão inclusos nas medidas, para seguir o protocolo, qualquer atitude suspeita de agressão contra uma mulher deve ser encaminhada para a Central de Acolhimento.

Campanha “Ei, mermã! Não se cale!” (Foto: Divulgação)

Zenaide ainda relata que essa campanha é uma forma de acolher a mulher vítima de violência doméstica e destaca a importância do serviço prestado à população.

“O Ei, mermã não se cale é um serviço que a partir do atendimento à mulher acompanhada dentro da rede e acolhida dentro dessa rede de serviços que são oferecidos não só a nível estadual, mas a nível municipal. Hoje no Piauí há várias portas de entrada para a mulher ir procurar ajuda. É importante que a população interiorize mais os serviços pra que as mulheres tenham mais condições de atendimento e que possa sair desse ciclo e continuar vivas”, explica. 

A campanha também disponibiliza o número 0800-000-1673, que funciona 24 horas por dia. Por ele, é possível realizar denúncias sobre qualquer tipo de violência cometida contra mulheres.

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