Deputados cobram explicações sobre fuga em ‘saidinha’

A fuga de 255 presos, entre eles traficantes, durante saidinha do Natal fez o presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Márcio Gualberto (PL), enviar um ofício para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Em nome dos deputados, ele cobrava explicação sobre a evasão, segundo a CNN.

A emissora apurou que entre os foragidos do sistema penitenciário estão Saulo Cristiano Oliveira Dias, o SL, e Paulo Sérgio Gomes da Silva, o Bin Laden.

A secretária de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Maria Rosa Lo Duca Nebel, é cobrada, no documento, a passar informações sobre todos os presos beneficiados com a Visita Periódica ao Lar (VPL), as tipificações dos crimes cometidos pelos detentos e se os presos são reincidentes na evasão do sistema prisional fluminense.

Foram feitos 14 questionamentos à chefe da pasta. Alguns tratam do número de presos que seriam chefes da maior facção do Rio de Janeiro.

Outros abordam questões como a ausência de monitoramento eletrônico dos detentos beneficiados com a saída temporária.

“Enquanto as leis de execuções penais não forem revistas urgentemente, enquanto as audiências de custódia não passarem por atualizações, infelizmente o trabalho da polícia, em alguns casos, será em vão”, disse Márcio Gualberto à CNN.

“A polícia prende e o indivíduo é solto e nós ficamos nesse círculo vicioso que não interessa à sociedade.”

Considerados fugitivos

A Seap informa que 1.785 presos foram beneficiados com a Visita Periódica ao Lar (VLP) e deveriam retornar aos presídios do Rio de Janeiro até às 22 horas do dia 30 de dezembro.

Entretanto, ao menos 255 detentos descumpriram as regras e, agora, são considerados fugitivos.

A saidinha passou a ser conhecida como “saidão” de Natal, como é popularmente chamado. Foi concedida pela Justiça ao preso que tenha bom comportamento, seja réu primário e que tenha cumprido 1/6 da pena ou seja reincidente e cumpriu 1/4 da pena.

A CNN procurou a Seap e o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para falar sobre o tema, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.