Os Estados Unidos reagiram fortemente à ordem de prisão emitida pelo governo de Nicolás Maduro contra o opositor Edmundo González. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, a ofensiva do regime chavista pode ter “consequências” sérias para Maduro e seus aliados.
A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva na última terça-feira, 3 de setembro. Miller enfatizou que Washington, juntamente com outros países da região, condena a ação arbitrária e politicamente motivada do governo venezuelano.
Por Que a Ordem de Prisão de Edmundo González É Controversial?
Matthew Miller destacou que a ordem de detenção de Edmundo González é vista como uma tentativa desesperada de Maduro para manter-se no poder. O porta-voz afirmou que a medida “demonstra até onde Nicolás Maduro está disposto a ir” após a tentativa de fraudar as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024.
Essa ação não é apenas uma violação dos direitos humanos, mas também contraria normas democráticas, o que fez com que outros países como Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai também mostrassem oposição à ordem de prisão.
Qual a Posição dos Estados Unidos e da Comunidade Internacional?
Recentemente, o governo dos Estados Unidos rejeitou a vitória de Maduro nas eleições, apontando diversas irregularidades no processo eleitoral. Na mesma linha, uma parte significativa da comunidade internacional também questionou a legitimidade dos resultados.
Em uma postura unânime, o governo norte-americano reconheceu Edmundo González como o verdadeiro vencedor das eleições logo no início deste mês. Isso levou a um aumento significativo na tensão entre Caracas e Washington.
Como a Apreensão do Jatinho Presidencial Aumentou a Tensão?
O já fragilizado relacionamento entre os Estados Unidos e a Venezuela sofreu um novo golpe na segunda-feira, 2 de setembro, quando o jatinho presidencial de Nicolás Maduro foi apreendido na República Dominicana. Avaliada em US$ 13 milhões, a aeronave foi adquirida ilegalmente pelo governo chavista, violando as sanções impostas pelos Estados Unidos.
A administração Biden chamou essa apreensão de uma medida necessária para cumprir as sanções econômicas e diplomáticas impostas ao regime Maduro. Em contrapartida, o governo chavista classificou a ação como “prática criminal reincidente” e “pirataria”.
O agravamento deste impasse diplomático tem gerado uma série de discussões dentro e fora da Venezuela. As medidas tomadas por Washington e apoiadas por outros países buscam não apenas pressionar Maduro, mas também apoiar a luta pela democracia no país.
Matthew Miller afirmou que, em coordenação com seus parceiros internacionais, os Estados Unidos estão analisando uma série de opções para responder às ações de Maduro. Entre essas opções estão medidas econômicas e políticas que visam isolar ainda mais o regime venezuelano.