Ultrassom transvaginal pode ser usado para diagnosticar a endometriose

A ultrassonografia transvaginal é precisa para identificar a doença e menos invasiva para a mulher

O cuidado com a doença começa desde o diagnóstico Imagem: Mikhaylovskiy | ShutterStock

A endometriose é uma doença crônica com grande impacto na vida das mulheres. Nessa condição, o tecido que reveste internamente o útero, chamado de endométrio, cresce para fora da cavidade uterina, causando dores incapacitantes e/ou infertilidade. Além disso, esses sintomas podem se parecer com sinais de outros distúrbios ginecológicos, gastrointestinais e musculoesqueléticos.

O diagnóstico da endometriose é difícil devido a várias questões, como crenças populares de que é normal sentir dor e falta de acesso a profissionais competentes para identificar e tratar a doença. No entanto, essa condição afetava mais de sete milhões de brasileiras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, há boas notícias, pois muitos avanços têm ocorrido e a tendência é acelerar o tempo de identificação da doença, que atualmente leva de sete a 12 anos.

Uso da laparoscopia diagnóstica

Por décadas, a laparoscopia diagnóstica, uma cirurgia minimamente invasiva, foi considerada o padrão ouro para detectar a endometriose. Essa técnica permite a visualização direta da endometriose e a realização de biópsias para comprovação da doença.

No entanto, esse conceito tem sido muito questionado por representar um obstáculo para o diagnóstico, principalmente em países como o Brasil, em que a maioria dos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) carecem de recursos tecnológicos e de profissionais especializados. Sem contar a questão custo-efetiva do método, uma vez que o paciente passaria por um procedimento só para detecção e teria que refazê-lo, caso houvesse indicação médica.

Melhores alternativas

Foi nesse contexto e no sentido de trazer o que há de melhor, que, por meio de estudos e pesquisas, um novo caminho tem sido traçado para mapear a doença, eliminando o diagnóstico invasivo, criando marcadores, algoritmos terapêuticos e até um aplicativo para classificar os estádios da doença.

“Uma visão 360 graus que leva em consideração a intensidade do sintoma (ou dos sintomas) e o local dos focos, tudo isso lastreado por um protocolo de exame clínico e de imagem”, comenta o ginecologista Maurício Abrãoprofessor de Ginecologia da FMUSP.

Numa das pesquisas conduzidas pelo especialista, a Pontos fortes e limitações das ferramentas de diagnóstico para endometriose e relevância na pesquisa de precisão de testes diagnósticos (Pontos fortes e delimitação das ferramentas de diagnóstico para endometriose e chinês na pesquisa de precisão de testes diagnósticos, em português), publicado na revista científica Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetríciaa conclusão é que a ressonância magnética e, principalmente, a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, poderia fornecer uma indicação visual não invasiva e atendida com mais rapidez, segurança e acessibilidade, em comparação com a laparoscopia.

Médica mostrando uma foto com ultrassom para uma paciente explicando as características da saúde da mulher durante uma consulta médica no hospital.
O atraso entre o início dos sintomas e o diagnóstico é um tempo que impacta a qualidade de vida do paciente (Imagem: photoroyalty | Shutterstock)

Ultrassonografia transvaginal é mais precisa

Em outro estudartambém do qual o ginecologista participou, o A avaliação sistemática da endometriose pela ultrassonografia transvaginal pode substituir com precisão a laparoscopia diagnóstica, principalmente para endometriose profunda e ovariana (em português, A avaliação sistemática da endometriose pela ultrassonografia transvaginal pode substituir com precisão a laparoscopia diagnóstica, principalmente para endometriose profunda e ovariana) .

“Nesse estudo, realizado entre março de 2017 e setembro de 2019, participaram 120 pacientes que foram consultados a cirurgia (laparoscopia), por suspeita de endometriose, mas tiveram imagens pré-cirúrgicas realizadas por ultrassom. Como resultado, a laparoscopia diagnóstica detectou endometriose retrocervical, ovariana e vesical com sensibilidade e especificidade semelhantes ao ultrassom. Mas na endometriose vaginal e retossigmoide, a laparoscopia apresentou menor sensibilidade e especificidade do que o ultrassom”, explica Mauricio Abrão, coordenador do Setor de Ginecologia Avançada da BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo).

Por isso, o ultrassom transvaginal pré-operatório com preparo intestinal é importante em várias frentes, já que o atraso entre o início dos sintomas e o diagnóstico, é um tempo que impacta a qualidade de vida, nas relações sexuais e no trabalho, causando prejuízos físicos eemocionais.

Vantagens do ultrassom transvaginal

Para quem sofre dessa condição, o ultrassom transvaginal é um exame mais acessível em todo território nacional, seguro e que serve ainda para diagnóstico, dimensionar os focos, planejar a cirurgia e acompanhar a paciente. Auxilia a equipe médica a entender a extensão e a localização da endometriose, interpretando sensibilidade e mobilidade em tempo real. Isso não significa que a laparoscopia deixou de ser utilizada.

“Pelo contrário, quando há indicação, significa que realmente há necessidade de o paciente passar por esse método. Lembrando que a única forma de remover os focos da doença é com cirurgia, seja a laparoscopia ou a cirurgia robótica”, conclui Mauricio Abrão.

Por Ana Marigliani

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