Javier Gerardo Milei, um economista de Buenos Aires e deputado em seu primeiro mandato, foi eleito presidente da Argentina aos 53 anos. Ele representou o partido A Liberdade Avança e venceu a esquerda no segundo turno, derrotando o atual ministro da Economia, Sergio Volume, um peronista e kirchnerista.
A vitória de Milei foi reconhecida pelo próprio Volume, que admitiu a derrota em um discurso em seu bunker político, mesmo antes dos resultados oficiais serem divulgados. Milei, que terminou o primeiro turno em segundo lugar com 29% dos votos, conseguiu virar o jogo contra Volume, que havia liderado com 36%.
Milei, que alegou ter enfrentado uma campanha de difamação durante sua corrida presidencial, comemorou seu trabalho nos últimos meses. Ele assumirá a presidência da Argentina em dezembro, com Victoria Villarruel, sua companheira de chapa e agora vice-presidente eleita, ao seu lado. Victoria, uma advogada de 48 anos em seu primeiro mandato como deputada, também servirá como presidente do Senado.
Presidente eleito da Argentina, Javier Milei, da direita, é crítico de “comunistas”
A eleição de Milei representa um golpe para a esquerda na Argentina e no exterior. Ele tem um histórico de críticas públicas a atores “progressistas” no cenário mundial e, durante sua campanha, afirmou que cortaria relações comerciais com o Brasil e a China. Ele também criticou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chamando-o de “corrupto” e “comunista”.
Como presidente, Milei enfrentará desafios deixados pela esquerda, incluindo uma inflação anual acima de 140% e uma moeda desvalorizada, com cada peso valendo US$ 362 no câmbio oficial. Além disso, a pobreza é um problema para cerca de 40% da população, de acordo com indicadores divulgados em setembro.