Connect with us

Economia

Fim das negociações do acordo Mercosul-UE: celebração cercada por incertezas e controvérsias

Contudo, a celebração vem acompanhada de uma enxurrada de dúvidas, conflitos de interesses e um processo de ratificação que pode levar anos, se não décadas, para ser concluído

Published

on

Montevidéu – Após 25 anos de negociações exaustivas, os chefes de Estado do Mercosul e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram nesta sexta-feira (6) o encerramento das tratativas para um acordo de livre comércio entre os dois blocos. Contudo, a celebração vem acompanhada de uma enxurrada de dúvidas, conflitos de interesses e um processo de ratificação que pode levar anos, se não décadas, para ser concluído.

A presidente Ursula von der Leyen exaltou o acordo como um marco histórico, destacando benefícios econômicos como a redução de tarifas, acesso a matérias-primas e a criação de empregos. Entretanto, muitos críticos apontam que o avanço ignora resistências internas significativas, tanto na Europa quanto na América Latina, e subestima os desafios políticos e econômicos à frente.

Uma ‘necessidade política’ ou um ato simbólico?
Von der Leyen tentou justificar o pacto como uma “necessidade política” em um cenário global conturbado. Mas, ao mesmo tempo, reconheceu a oposição de agricultores europeus – especialmente franceses – que temem ser sufocados por importações mais baratas do Mercosul. Apesar das promessas de “salvaguardas robustas”, setores inteiros da economia europeia e sul-americana permanecem céticos quanto à viabilidade e aos benefícios reais do tratado.

Uruguai minimiza impacto do acordo
O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, anfitrião do encontro, foi direto ao afirmar que o acordo não é uma solução mágica:
“Não há burocratas ou governos que possam resolver os problemas econômicos profundos de nossos países com um tratado como este. É apenas uma oportunidade. Pequenos passos podem ser dados, mas não esperem grandes transformações.”

A declaração ecoa um sentimento generalizado no Mercosul, onde divergências políticas e desconfianças internas marcaram anos de negociações difíceis.

Obstáculos no horizonte
Apesar do anúncio, o texto do acordo ainda precisa passar por revisão jurídica e ser traduzido para todos os idiomas oficiais antes de ser submetido aos legislativos nacionais. Sem prazos definidos para essas etapas, há o risco real de que o pacto fique estagnado.

Na Europa, grupos ambientalistas e produtores agrícolas já se mobilizam contra o acordo, enquanto nos países do Mercosul, a dependência de exportações de commodities levanta questões sobre os benefícios de longo prazo.

Ganhos incertos para a América Latina
Embora o acordo possa beneficiar empresas europeias com economias de 4 bilhões de euros em tarifas, os países do Mercosul enfrentam um futuro menos promissor. A abertura de mercados pode significar perda de competitividade para indústrias locais e aumento da dependência de exportações agrícolas, agravando problemas estruturais históricos na região.

Conclusão: um pacto com futuro nebuloso
Embora os líderes europeus e sul-americanos celebrem o encerramento das negociações, o acordo Mercosul-UE parece mais uma peça simbólica de diplomacia do que uma solução prática para os desafios econômicos e políticos de ambos os blocos. Com tantas barreiras e interesses conflitantes, o futuro do tratado é tudo, menos garantido.


Descubra mais sobre Brasil em Pauta Notícias

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Brasil em Pauta

Lula autoriza férias de Haddad mesmo em momento crítico da economia brasileira

As ausências serão temporariamente preenchidas por secretários-executivos das respectivas pastas, garantindo a continuidade das atividades ministeriais.

Published

on

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou as férias de cinco ministros, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU). As ausências serão temporariamente preenchidas por secretários-executivos das respectivas pastas, garantindo a continuidade das atividades ministeriais.

Confira os detalhes:

  • Fernando Haddad (Fazenda): estará ausente de 2 a 21 de janeiro de 2025. Durante o período, o secretário-executivo Dario Durigan assumirá o comando do ministério.
  • Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos): ficará de férias entre 2 e 10 de janeiro de 2025, com Mariana Pescatori, secretária-executiva, à frente da pasta.
  • Jader Filho (Cidades): sairá em recesso de 30 de dezembro de 2024 a 15 de janeiro de 2025. Helder Melillo, secretário-executivo, será o responsável interino.
  • Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria Geral da União): terá dois períodos de férias: de 30 de dezembro de 2024 a 5 de janeiro de 2025 e de 13 a 17 de janeiro de 2025. A secretária-executiva Eveline Martins Brito responderá pela pasta.
  • Sonia Guajajara (Povos Indígenas): entrará de férias em 24 de dezembro de 2024, com retorno ainda não definido. Eloy Terena, secretário-executivo, assumirá interinamente.

As férias foram solicitadas pelos próprios ministros e autorizadas pelo presidente, em conformidade com os trâmites administrativos.


Descubra mais sobre Brasil em Pauta Notícias

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Continue Reading

Brasil em Pauta

Real lidera desvalorização frente ao dólar em 2024 e atinge novo recorde nominal

A cotação do dólar encerrou o dia em R$ 6,267, marcando um novo recorde nominal, com alta de 2,78%. O desempenho aproxima o real do patamar observado em 2020, ano marcado pelo impacto econômico da pandemia, quando a moeda registrou desvalorização de 22,44%.

Published

on

O real brasileiro foi a moeda que mais perdeu valor frente ao dólar em 2024, liderando a desvalorização entre as 20 principais divisas globais. Até 17 de dezembro, a moeda acumulava uma queda de 21,52%, de acordo com a consultoria Elos Ayta, percentual que saltou para 24,30% após o fechamento da última quarta-feira (18).

A cotação do dólar encerrou o dia em R$ 6,267, marcando um novo recorde nominal, com alta de 2,78%. O desempenho aproxima o real do patamar observado em 2020, ano marcado pelo impacto econômico da pandemia, quando a moeda registrou desvalorização de 22,44%.

Apesar dos avanços no pacote fiscal em tramitação no Congresso, persistem incertezas sobre a aprovação completa das medidas. Além disso, a sinalização do Federal Reserve (Fed) quanto à desaceleração no corte de juros nos Estados Unidos reforçou a atratividade do dólar, que também foi sustentado pela redução limitada de apenas 25 pontos-base na taxa básica norte-americana.

Além do real, outras moedas também registraram quedas significativas frente ao dólar ao longo de 2024. Entre os destaques negativos estão o peso mexicano (-16%), a lira turca (-16%), o rublo russo (-15%) e o won sul-coreano (-10%). O euro também apresentou desvalorização, com perda de 5%.

Por outro lado, apenas três moedas tiveram desempenho positivo ou estável frente ao dólar: o dólar de Hong Kong (+0,6%), o rand sul-africano (+1%) e a libra esterlina, que permaneceu praticamente estável ao longo do ano.

Confira o ranking completo:


Descubra mais sobre Brasil em Pauta Notícias

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Continue Reading

Brasil em Pauta

Deputado Átila Lira lidera aprovação da extinção do DPVAT na Câmara dos Deputados

A medida, proposta pelo deputado Átila Lira (PP-PI), foi um dos pontos centrais do projeto de lei que integra o pacote fiscal do governo federal e gerou intensos debates no plenário

Published

on

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (18), a extinção do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). A medida, proposta pelo deputado Átila Lira (PP-PI), foi um dos pontos centrais do projeto de lei que integra o pacote fiscal do governo federal e gerou intensos debates no plenário.

O deputado Átila Lira destacou o esforço para alcançar um consenso sobre o texto. “Quero parabenizar o parlamento, agradecer o diálogo que tivemos com as lideranças partidárias e o Ministério da Fazenda, onde buscamos encontrar um texto de consenso. Mostramos que o parlamento cumpre seu papel em relação à responsabilidade fiscal e ao corte de gastos. Essa era uma demanda da economia, do mercado e, principalmente, da sociedade”, afirmou o relator durante a sessão.

A proposta de extinção do DPVAT, que inicialmente enfrentou resistência e chegou a ser retirada do texto original, foi reinserida por meio de uma emenda articulada entre líderes partidários. A emenda foi aprovada com ampla maioria, somando 444 votos favoráveis e apenas 16 contrários, selando o fim do seguro que indenizava vítimas de acidentes de trânsito.

Ajustes no projeto

O projeto de lei, que também estabelece novos mecanismos para contenção de gastos públicos, traz como destaque a possibilidade de bloqueio de até 15% das emendas parlamentares não impositivas — aquelas que não têm execução obrigatória.

Outro ponto discutido foi a retirada de trechos que permitiam ao governo conceder e prorrogar créditos tributários limitados, medida inicialmente prevista como forma de compensação para déficits fiscais, mas que acabou sendo descartada na versão final do texto.

A aprovação marca um passo importante no avanço do pacote fiscal do governo e reforça o protagonismo do deputado Átila Lira na articulação parlamentar em torno de temas relevantes para a economia do país.


Descubra mais sobre Brasil em Pauta Notícias

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Continue Reading

Economia

União avança na defesa do consumidor com a criação do Procon Municipal

O projeto, fruto da iniciativa da gestão do prefeito Gustavo Medeiros, é uma conquista significativa para garantir os direitos dos consumidores unionenses

Published

on

A Prefeitura de União, em parceria com o Ministério Público do Piauí (MPPI), deu um importante passo para a proteção dos consumidores locais ao assinar, nesta semana, um acordo de cooperação técnica que possibilita a criação do Procon Municipal. O projeto, fruto da iniciativa da gestão do prefeito Gustavo Medeiros, é uma conquista significativa para garantir os direitos dos consumidores unionenses.

“Estamos atentos às necessidades do município e no setor comercial não é diferente. União dá um grande passo em direção a um desenvolvimento equilibrado de suas relações de consumo”, afirmou o prefeito Gustavo Medeiros durante o evento de assinatura do acordo.

Com a implantação do Procon Municipal, a população de União terá acesso a um atendimento mais ágil e eficiente para solucionar problemas relacionados à compra de produtos e contratação de serviços. Entre as principais reclamações que o órgão deverá atender estão questões de má qualidade, atraso ou não entrega de produtos, cobranças indevidas e até casos de fraude.

O município será responsável por disponibilizar o imóvel onde funcionará o Procon, além dos servidores que atuarão no atendimento ao público. A iniciativa recebeu elogios do procurador-geral de Justiça do Piauí, Cleandro Moura. “Parabenizo o prefeito de União por aderir a essa iniciativa de instalar o Procon Municipal”, destacou.

A formalização do acordo foi conduzida pelo prefeito Gustavo Medeiros, o procurador-geral Cleandro Moura e o coordenador-geral do Procon/MPPI, Nivaldo Ribeiro. Também estiveram presentes no ato o promotor de Justiça Rafael Nogueira, titular da 2ª Promotoria de Justiça de União; a chefe de gabinete do PGJ, Cláudia Seabra; e o procurador do município, Carlos Eugênio Escórcio Dias.

O acordo terá validade de cinco anos e reforça o compromisso de União com o desenvolvimento sustentável e o respeito às relações de consumo.


Descubra mais sobre Brasil em Pauta Notícias

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Continue Reading

Brasil em Pauta

Crise fiscal e alta do dólar: especialista aponta falhas na gestão econômica brasileira

o problema se agravou ao longo de 2024 e culminou em um “certo pânico” nas últimas semanas, refletindo a ausência de medidas eficazes para conter o crescimento do endividamento público

Published

on

O Brasil enfrenta um cenário de instabilidade econômica, marcado pela desvalorização acelerada do real frente ao dólar e uma crescente desconfiança em relação às políticas fiscais do governo. Segundo o professor de economia Daniel Sousa, o problema se agravou ao longo de 2024 e culminou em um “certo pânico” nas últimas semanas, refletindo a ausência de medidas eficazes para conter o crescimento do endividamento público.

No início do ano, o dólar estava cotado abaixo de cinco reais, mas foi subindo gradativamente devido a fatores como o aumento de despesas obrigatórias — especialmente Previdência, BPC e emendas parlamentares —, que pressionaram o recém-implementado arcabouço fiscal. Embora a política monetária brasileira seja relativamente estável, com reservas internacionais robustas e um Banco Central independente, a fragilidade fiscal foi apontada como o principal fator de risco.

Pacote fiscal decepcionante

O tão aguardado pacote fiscal anunciado pelo governo decepcionou o mercado. Em vez de cortes substanciais nas despesas, a proposta sugeriu apenas uma redução no ritmo de crescimento dos gastos, o que gerou uma “inflexão nas expectativas”, segundo Sousa. Para ele, a falta de medidas contundentes sinalizou que o governo não está genuinamente comprometido em enfrentar o problema fiscal.

Essa percepção foi reforçada pela recente entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao programa Fantástico. Na ocasião, Lula afirmou que o Brasil não enfrenta problemas fiscais e atribuiu as dificuldades econômicas exclusivamente à taxa de juros elevada, um posicionamento que, de acordo com Sousa, contradiz dados concretos sobre as contas públicas.

Impacto nas expectativas e fuga de capitais

A postura do governo e a troca iminente na presidência do Banco Central intensificaram as incertezas. Investidores questionam se o novo presidente da instituição manterá a autonomia necessária ou seguirá diretrizes alinhadas ao discurso presidencial. A declaração de Lula, somada à ausência de ações concretas, levou a uma fuga de capitais, com muitos investidores se protegendo ao comprar dólares e transferir recursos para fora do país.

Risco de um “cenário Turquia”

Daniel Sousa alerta para o risco de o Brasil seguir um caminho semelhante ao enfrentado pela Turquia em anos recentes, com descontrole fiscal, aumento da dívida pública e pressão inflacionária. “Chega um momento em que o governo não consegue mais financiar seu déficit de maneira eficiente, avançando para a emissão de moeda, o que alimenta ainda mais a inflação”, explicou o professor.

O mercado já reagiu negativamente, com juros futuros ultrapassando os 15% e uma escalada do dólar, que o Banco Central tem tentado conter por meio da venda de reservas internacionais. No entanto, Sousa destaca que tais medidas podem não ser suficientes para frear a desvalorização da moeda brasileira, já que o temor de uma crise mais grave continua a crescer.

Confira o Vídeo na ìntegra

Sem sinais claros de comprometimento do governo em ajustar as contas públicas, o Brasil caminha para um cenário de incertezas, onde a estabilização econômica dependerá de decisões políticas difíceis e estruturantes, que até agora parecem ser adiadas para um futuro incerto.


Descubra mais sobre Brasil em Pauta Notícias

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Brasil em Pauta Notícias

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading