Uma decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) em desfavor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi motivo de celebração interna entre membros do Ministério Público (MP).
De acordo com a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a decisão da procuradora-geral da República interina, Elizeta Ramos, de apresentar recurso contra a inclusão de Moraes como assistente de acusação em processo no qual ele é parte, foi “celebrado” por parte da equipe do MP. Isso porque, conforme a informação, integrantes do Ministério Público acreditam que o STF vem tentando interferir em inquéritos.
A ação que passou a ter Moraes como assistente de acusação refere-se à confusão registrada no Aeroporto de Roma, na Itália, em 14 de julho. Na ocasião, a família do ministro foi hostilizada por um trio de brasileiros. O magistrado alega que seu filho, Alexandre Barci, foi agredido. Essa versão, contudo, é negada pelos envolvidos no episódio.
Até hoje, o vídeo do caso não foi divulgado pelas autoridades brasileiras. No entanto, a polícia italiana, que teve acesso às imagens, afirma que o empresário Roberto Mantovani Filho, suspeito de ter cometido a agressão, apenas encostou “levemente” nos óculos do filho do magistrado.
Os argumentos da PGR contra Moraes

Nesta segunda-feira, 30, a PGR entrou com recurso contra a decisão do STF de permitir a inclusão de Moraes como assistente de acusação no caso do Aeroporto de Roma. O ministro Dias Toffoli, também do STF, foi o responsável por inserir o colega de Corte nessa condição. Em documento contra essa movimentação, Elizeta afirmou que o magistrado recebeu “privilégio incompatível” com a situação.
Além da PGR interina, o material oriundo do MP também foi assinado pela vice-procuradora-geral da República, Ana Borges. Na visão do Ministério Público, Moraes pede privilégio “jamais admitido até mesmo para um presidente da República”.