10 avanços históricos na luta contra o câncer

Segundo estimativas da OMS, o câncer é o segundo líder na causa de morte em todo o mundo, e os casos só aumentam.
Entre 2010 e 2019, houve um aumento de 26% na incidência global de câncer, tornando-o talvez uma das doenças mais mortais e de crescimento mais rápido da história da humanidade.
Embora ainda não haja cura para isso, é importante lembrar que esses números poderiam ser muito maiores. Graças aos esforços contínuos de cientistas, médicos, cirurgiões e outros especialistas que trabalham na área, muitos tratamentos inovadores – como imunoterapia e quimioterapia – se uniram para melhorar a vida de inúmeros pacientes em todo o mundo.

10. Mastectomia de Halsted

Com o nome de seu inventor William Stewart Halsted, a Mastectomia de Halsted foi desenvolvida no final do século XIX. Ele revolucionou o tratamento do câncer de mama, pois a abordagem de Halsted foi um afastamento radical dos métodos anteriores. Envolvia a remoção completa da mama, músculos subjacentes e linfonodos adjacentes para garantir a remoção completa do tumor. Foi uma ideia revolucionária na época, pois o procedimento não apenas removia o tumor, mas também quaisquer células cancerígenas remanescentes que pudessem ter se espalhado para os gânglios linfáticos próximos.

Ao adotar essa abordagem, Halsted acreditava que poderia melhorar os resultados a longo prazo e reduzir o risco de recorrência da doença. Esse técnica lançou as bases para a cirurgia moderna de câncer de mama, pois se concentrou na dissecação cuidadosa e na preservação de tecidos saudáveis. Embora o procedimento tenha passado por muitos refinamentos modernos ao longo do tempo, os princípios fundamentais da Mastectomia de Halsted permanecem influentes no campo da pesquisa do câncer.

9. Raios-X e Radioterapia

A descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roentgen em 1895 provaria ser um evento inovador no campo, pois levou diretamente ao desenvolvimento de outras técnicas modernas para o tratamento do câncer. Emil Grubbe, um químico e médico de Chicago, foi um dos pioneiros no uso de radiação de raios-X para tratar o câncer. Em 1896, ele realizou com sucesso a radioterapia em Rose Lee, uma paciente que sofria de câncer de mama recorrente. Este foi talvez o primeiro exemplo documentado de uso de radioterapia para tratar o câncer na história, e não haveria como voltar atrás.

Os experimentos de Grubbe tiveram um impacto profundo no campo da radioterapia médica. Seus tratamentos envolviam a colocação de folhas de chumbo para proteger os tecidos saudáveis ​​dos raios nocivos e o foco da radiação de raios-X no local do tumor. Embora esses procedimentos fossem relativamente longos para os padrões modernos – cada um durando cerca de uma hora – eles ainda eram um grande salto para o tempo.

Os primeiros trabalhos de Grubbe com raios-X abriram caminho para todas as pesquisas futuras em radioterapia.

8. Descoberta do rádio

Em 1898, o físico e químico polonês Marie Curie descobriu o elemento altamente radioativo chamado rádio e mudou para sempre o campo do tratamento do câncer como o conhecemos. Os primeiros experimentos com rádio revelaram seu potencial para destruir células doentes, levando ao seu uso generalizado em pacientes que sofrem de vários tipos de câncer de pele por muitos anos.

Antes da descoberta do rádio, a remoção cirúrgica de tumores costumava ser o tratamento padrão para o tratamento do câncer. Essa abordagem muitas vezes se mostrou dolorosa e ineficaz, com consideração limitada para o rápido crescimento de novos tumores. A radioterapia – às vezes também chamada de ‘Terapia Curie’ em homenagem a Marie Curie – surgiu como uma alternativa viável, fornecendo radiação direcionada diretamente às células cancerígenas para eliminá-las.

Por outro lado, a introdução da radioatividade no tratamento do câncer veio com seu próprio conjunto de riscos, como a ausência de procedimentos de segurança adequados para proteger contra a radiação naquele momento. Houve também uma falta geral de compreensão das propriedades do rádio, o que resultou em problemas de saúde como anemia, catarata, dentes fraturados e até câncer.

7. Gás mostarda e quimioterapia

Embora o gás mostarda inicialmente tenha sido usado em massa como um agente químico mortal durante a Primeira Guerra Mundial, ele também desempenhou um papel fundamental na história mais ampla da tratamento de câncer. Pesquisadores no início dos anos 1900, como o Dr. Edward e Helen Krumbhaar, começaram a estudar os efeitos dos agentes de mostarda e suas potenciais aplicações médicas. Na década de 1940, os cientistas transformaram o gás mostarda em substâncias que poderiam ser usadas para a quimioterapia do câncer, especificamente mostardas de enxofre e mostardas de nitrogênio.

Durante a Segunda Guerra Mundial, uma extensa pesquisa foi feita sobre agentes de guerra química de todos os tipos, incluindo gás mostarda, para entender melhor seus efeitos nocivos e desenvolver contramedidas. Os pesquisadores também se basearam na experiência de guerra, pois a exposição acidental ao agente na linha de frente revelou seus efeitos nas células sanguíneas. Ensaios subsequentes provaram a eficácia da mostarda de nitrogênio na regressão de tumores existentes, o que preparou o terreno para novos avanços em quimioterapia nos anos seguintes.

6. Fatores Ambientais

Embora agora saibamos que fatores ambientais podem causar câncer, nem sempre foi de conhecimento comum. O primeiro cientista a relacionar fatores ambientais com a doença foi Percival Pott, que – em 1775 – escreveu um livro sobre como os trabalhadores de Londres expostos à fuligem das chaminés corriam maior risco de câncer escrotal. Pott observou uma incidência incomumente alta de feridas na pele nos escrotos de limpadores de chaminés, levando-o a identificar um fator ambiental, a fuligem, como o agente causador do câncer.

Essa descoberta foi um marco na história das pesquisas sobre o câncer, pois não apenas revelou o papel da exposição ocupacional na carcinogênese , mas também contribuiu para o entendimento de doenças causadas por infecções como doença de Pott.

5. Proteína P53

A descoberta da proteína p53 na década de 1970 revolucionou nossa compreensão de como o câncer funciona. Identificado pela primeira vez por pesquisadores independentes em 1984, p53 é um Supressor de tumor, proteína encontrada dentro de nossas células que desempenha um papel crucial na prevenção do desenvolvimento e progressão do câncer ao longo de nossas vidas. Ele atua como guardião do genoma, respondendo a danos no DNA – que podem levar ao câncer – interrompendo o crescimento celular ou induzindo a morte celular.

Ao longo dos anos, os cientistas descobriram muitas funções da proteína p53, descrevendo-a como uma rede. Além de seu papel no reparo do DNA e na morte celular, também está envolvido em processos como metabolismo e imunidade. Anos de melhor compreensão dos complexos mecanismos impulsionados pelo p53 levaram a muitos avanços importantes na pesquisa do câncer e em possíveis tratamentos.

4. Descoberta do papel dos vírus

Em 1910, Peyton Rous descobriu um agente filtrável, mais tarde chamado de vírus do sarcoma de Rous, que estava causando câncer em galinhas. Em mais experimentos, ele descobriu que o congelamento, a secagem ou a radiação não diminuíam a capacidade do vírus de causar câncer e que as galinhas infectadas produziam anticorpos, levando-o a desenvolver sua teoria viral do câncer.

Em 1934, Rous também fundou um vírus responsável por verrugas em lebres que mais tarde podem se transformar em tumores cancerígenos. Esse novo foco nos vírus como um potencial agente de câncer levou a novas descobertas dele e de outros pesquisadores da área. Uma delas era que certos vírus podiam alterar permanentemente o DNA das células hospedeiras sem matá-las, resultando no crescimento do câncer em um estágio posterior.

3. Imunoterapia

William Coley é frequentemente referido como o ‘Pai da Imunoterapia’ devido às suas contribuições para o campo da pesquisa do câncer no final do século XIX. Em 1891, Coley tentou tratar o câncer ósseo utilizando o sistema imunológico. Ele observou a regressão do tumor em pacientes com sarcoma após infectá-los com misturas de vírus vivos e inativados.

Essa nova estratégia forneceu evidências iniciais do tratamento do câncer com o próprio sistema imunológico do corpo, e o trabalho de Coley lançou as bases para todos os avanços futuros na imunoterapia do câncer. Descobertas subsequentes no campo, como a descoberta das células T e seu papel no sistema imunológico, reacenderam o interesse acadêmico em usar o sistema imunológico para combater o câncer, levando a mais insights e descobertas.

2. Terapia Hormonal

Ao longo dos anos, a terapia hormonal desempenhou um papel importante na pesquisa e tratamento do câncer, particularmente nas áreas de câncer de próstata e mama. Isso só foi possível após as descobertas de Charles Huggins, cirurgião e urologista americano nascido no Canadá, que foi o primeiro pesquisador a comprovar a influência dos hormônios em certos tipos de câncer.

Huggins demonstrou que câncer de próstata poderia ser afetado por hormônios, e que inibir a produção de hormônios por meio da castração ou introduzir hormônios sexuais femininos poderia neutralizar a doença. Esse avanço levou à rápida adoção do tratamento hormonal para próstata e outros tipos de câncer, incluindo câncer de mama. Por seu trabalho, Charles Huggins – junto com Peyton Rous – recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1966.

1. Mapeamento do Genoma Humano

O mapeamento do genoma humano foi concluído em 2003, dando-nos – pela primeira vez – acesso a todo o conjunto de instruções de DNA encontradas em uma célula humana. Foi um evento inovador para o mundo da medicina, pois médicos e pesquisadores médicos agora tinham acesso ao conhecimento fundamental necessário para entender as mutações genéticas e seu papel nas doenças, especialmente o câncer. Com esse novo entendimento, terapias personalizadas agora podem ser desenvolvidas para atingir alterações genéticas específicas nas células cancerígenas.

Graças ao Projeto Genoma Humano, os pesquisadores descobriram que algumas células de câncer de mama tinham um gene HER-2, o que levou à produção de uma proteína promotora de crescimento. Ao longo dos anos, alterações genéticas semelhantes foram encontradas em outros tipos de câncer, levando a terapias direcionadas mais avançadas e medicamentos personalizados para doenças específicas. Ao contrário da quimioterapia e radiação tradicionais, terapias direcionadas oferecem efeitos de tratamento mais duradouros com efeitos colaterais mínimos. A capacidade de sequenciar o DNA em células cancerígenas e compará-lo com o genoma humano também permitiu uma categorização mais abrangente dos tumores.

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